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ESCOLA NÃO TEM PORTABILIDADE. NÃO MUDE DE ESCOLA, MUDE SUA ESCOLA!
DENÚNCIAS E RECLAMAÇÕES. SAIBA MAIS > CLIQUE - SEM A FISCALIZAÇÃO DOS USUÁRIOS DOS SISTEMAS PÚBLICO E PRIVADO DE ENSINO NÃO HAVERÁ QUALIDADE DOS SERVIÇOS EDUCACIONAIS.

DESAFIOS


DENÚNCIAS E RECLAMAÇÕES (NO MENU À DIREITA)- A ASPA não publica ou divulga nomes de pais ou alunos nem lista de seus associados. As denúncias recebidas são mantidas em sigilo

A ASPA funciona como um órgão fiscalizador dos serviços educacionais prestados pelas instituições públicas e privadas de ensino, da creche à universidade. É, portanto, representante legal do segmento de pais e alunos do DF.

A Associação nos termos de seu Estatuto (http://goo.gl/tkzRVH) Art. 1º e incisos, busca diminuir o desgaste pessoal e exposição excessiva de pais e alunos com as instituições de ensino. Assim, coloca-se à disposição dos seus associados, sindicatos, governo, escolas e faculdades para mediar conflitos e diminuir também eventual exposição de suas imagens perante a imprensa, sociedade evitando assim representações ao MP local e Federal e medidas judiciais em caso de impasse.

A ASPA tem legitimidade ativa para propor ações coletivas, civis públicas, mandados de segurança, dentre outras medidas jurídicas que podem ser manejadas em favor de seus associados e da coletividade dos alunos em geral nas questões de interesse público relevante.

As DENÚNCIAS e RECLAMAÇÕES são na medida do possível e dependendo da gravidade do assunto, dirigidas prioritariamente à instituição de ensino ou à SEEDF (Secretaria de Estado de Educação) com prazo dado para que reclamada possa se pronunciar e informar as providências tomadas para solução do problema. Após a resposta ou na ausência desta, outras medidas poderão ser tomadas pela ASPA, no melhor interesse dos seus representados, pais e alunos.

As informações trazidas à ASPA serão tidas como sigilosas e o denunciante não será identificado perante a instituição de ensino reclamada. Entretanto, a ASPA, em princípio, não poderá tomar providências em caso de denúncias anônimas, ou seja, o denunciante deverá se identificar para a ASPA que poderá entrar em contato com o denunciante.

SEM A FISCALIZAÇÃO DOS USUÁRIOS DOS SISTEMAS DE ENSINO NÃO HÁ QUALIDADE DOS SERVIÇOS EDUCACIONAIS PRESTADOS PELAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.




Prevenção é o melhor remédio contra trote, dizem especialistas
Para professores da UnB, excessos não podem passar impunes, mas educação e prevenção são os caminhos mais eficazes para eliminar a velha prática do ambiente universitário

Thais Antonio - Da Secretaria de Comunicação da UnB


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Humilhação, imposição de poder e força, pressão e coação. Muitos desses comportamentos estão presentes nos rituais de boas-vindas aplicados por veteranos em calouros. Sob a justificativa de que “ninguém é obrigado a fazer nada”, os estudantes repetem a cada semestre os trotes violentos, considerados tradicionais, e reforçam atitudes que não combinam com o ambiente acadêmico. Professores da Universidade de Brasília ouvidos pela UnB Agência defendem que os excessos não podem passar impunes, mas acreditam que educação e prevenção são os caminhos mais eficazes para eliminar a velha prática do ambiente universitário.
“Se o trote é para dar boas vindas, ele tem que ser repensado e isso se dá pelo processo educativo”, afirma Angela Branco, professora do Instituto de Psicologia, autora de estudos sobre processos de socialização, desenvolvimento e valores humanos, interações sociais, ética e desenvolvimento moral.
Ela defende que professores e alunos trabalhem juntos em uma solução para o trote, por meio de seminários e debates. “Precisamos avançar no entendimento desse fenômeno e transformamos, de uma vez por todas, aquilo que deveria ser uma celebração em algo efetivamente carregado de alegria, satisfação e felicidade para as pessoas”.
Célio da Cunha, especialista em políticas públicas de educação, enfatiza que os debates devem ser permanentes. “Deve haver um diálogo contínuo entre os representantes dos estudantes e a Administração Superior. No ambiente da UnB não pode haver nenhum tipo de selvageria. Práticas educativas devem ser construídas”, afirma.
Para ele, a ideia de cidadania, de respeito ao outro, tem de estar presente em todas as disciplinas. “A universidade tem que cultivar a cidadania em qualquer área do conhecimento. Os valores de democracia, de respeito à diversidade, de não-discriminação têm de estar presentes em tudo o que a universidade faz”, afirma. “Esses jovens, ao deixar a universidade, vão atuar publicamente, portanto, cada professor tem de tomar para si um pouco dessa responsabilidade. É uma responsabilidade compartilhada entre todos os membros da comunidade acadêmica”, completa.
PRÁTICA MEDIEVAL – Célio da Cunha lembra que o trote é uma prática datada da Idade Média. “A primeira notícia que se tem sobre o ritual é do ano de 1.342, na Universidade de Paris”, conta. Os veteranos invadiam a casa dos calouros e roubavam livros e dinheiro. Os novatos eram também obrigados a servirem refeições aos mais velhos e a arrumarem seus quartos. “Era uma espécie de escravidão, uma selvageria, uma prática condenável”, avalia o professor. “E muitas dessas práticas chegam aos nossos dias”, lembra. “Não é porque é tradição que devemos repetir e, pior ainda, agravar a qualidade dessa recepção, que, para alguns, se torna uma experiência traumática”, argumenta Angela Branco.
Lia Zanotta, professora do Departamento de Antropologia, explica que o calouro quer se mostrar corajoso perante o veterano e, por isso, se submete a situações vexatórias. “Na história, os trotes variam no contexto da pressão e no grau de humilhação. Entre a brincadeira, a humilhação e a pressão, o espaço é muito pequeno. As universidades têm que cuidar para que os trotes não sejam humilhantes”, diz.
Angela Branco complementa explicando que, segundo a Psicologia Social, quando um grupo exige a participação em um ritual de pertencimento como o trote, as pessoas sentem-se coagidas a participar. “Muitos não têm condição psicológica de dizer não. É muito difícil encontrar alguém com posicionamento maduro que se negar a participar, apresentando argumentos e justificativas. Afinal de contas, são adolescentes empolgados, que estão chegando à universidade”, declara.
Liz Zanotta condena o principal argumento dos calouros que participam dos trotes: o de que não estão sendo humilhados. “Quando se está sob pressão, a escolha é muito pequena. Então, às vezes, para não ficar mal com o superior, com aquele que está pressionando, o estudante cede, porque isso pode ter efeitos futuros”, afirma, citando frase da antropóloga Nicole Claude Mathieu: 'ceder não é consentir'.



ATITUDES UNIVERSITÁRIAS - 19/03/2012
Relator pede fim dos trotes
Relatório do professor David Renault à proposta formulada pela Reitoria será debatido na reunião do Conselho Universitário
Ana Lúcia Moura - Da Secretaria de Comunicação da UnB


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O Conselho Universitário (Consuni), instância máxima da Universidade de Brasília, discute nesta sexta-feira, 23 de março, proposta que proíbe o trote no campus e define que a prática será combatida com medidas pedagógicas e educativas. Relatório sobre o tema será apresentado pelo professor David Renault, diretor da Faculdade de Comunicação. O documento se refere à proposta formulada pela Reitoria no início do ano passado, que estabelece novas regras de convivência acadêmica.
De acordo com o texto do relator, fica proibido “o trote que submeta o calouro e qualquer outro membro da comunidade acadêmica a ações de tortura, a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante, constrangimento e a situações de discriminação de qualquer natureza”. “O trote degradante é aquele que ofende direitos estabelecidos, como o direito à dignidade”, explica Davi Diniz, chefe de gabinete da Reitoria.
O texto de David Renault mantém o entendimento já apontado pela Reitoria de que as medidas educativas devem orientar o combate ao trote: “O trote será combatido com medidas pedagógicas e educativas, sem prejuízo das sanções legais cabíveis, que podem ser aplicadas às entidades estudantis e alunos responsáveis pelo descumprimento da proibição”.
“O espírito da proposta é o de tentar convencer alunos de que trotes como os ocorridos esta semana são, de fato, humilhantes. Então, mais do que punir, queremos educar, afinal somos uma instituição educadora”, explica David Renault. “Agora, tem de ter sanções. Temos de ter meios de agir com aqueles que continuam insistindo em práticas degradantes”.
Se aprovada a proposta, alunos e entidades estudantis responsáveis por trotes considerados humilhantes responderão pela prática administrativamente, com punições que podem ir de advertência a expulsão. Atualmente, não há regras para o trote. A prática é combatida com medidas educativas, organizadas pela Reitoria, unidades acadêmicas, centros acadêmicos e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). No ano passado, uma sindicância foi instaurada, por determinação do reitor José Geraldo de Sousa Junior, para apurar as responsabilidades em trote organizado por alunos da Agronomia.Leia mais aqui.
Intensificadas nos últimos dois anos, as medidas incluem campanhas, como a de conscientização dos calouros durante a cerimônia de recepção aos novatos organizada pela Reitoria, e os trotes solidários organizados por vários centros acadêmicos. No ano passado, a campanha ganhou o reforço do DCE, quando coordenadores do Diretório montaram barreira para proteger calouros alvo das tintas e ovos arremessados durante a divulgação dos resultados do vestibular. Leia mais aqui.
O debate no Consuni sobre as novas regras de convivência foi iniciado a partir de proposta de resolução formulada pela Reitoria. Na ocasião, a Administração abriu também consulta pública, realizada entre os dias 3 e 18 de fevereiro, para ouvir sugestões da comunidade. Alunos e professores se manifestaram. Leia mais aqui.
FESTAS – A proibição do trote está incluída dentre “as normas de funcionamento cotidiano do campus”, previstas no relatório de David Renault. Além delas, a proposta estabelece normas para realização de festas, proíbe o comércio e o consumo de bebidas no campus e o fumo em locais fechados.
O texto prevê a exigência de autorização para quaisquer atividades que não estejam incluídas na programação das unidades administrativas e acadêmicas. Dentro das unidades acadêmicas e dos espaços de uso coletivo, só serão autorizadas festas de pequeno porte, ou seja, aquelas que não interfiram nas atividades acadêmicas, e todas deverão ocorrer até as 22h30 e com participação exclusiva de alunos.
A autorização caberá à Prefeitura do Campus, aos decanatos e aos diretores das unidades acadêmicas. David Renault incluiu no texto a previsão de que as unidades estabeleçam regras próprias para a realização dos eventos. As festas de grande porte ficam restritas ao Centro Comunitário Athos Bulcão, com base em normas próprias do Decanto de Assuntos Comunitários.
David Renault esclarece que o objetivo das novas regras é o de assegurar as condições necessárias para o desenvolvimento das diversas atividades da comunidade universitária, preservar e difundir os valores éticos de liberdade, igualdade, fraternidade e democracia e eliminar todas as formas de preconceitos e opressões.
A proposta de resolução prevê ainda a elaboração de dois documentos: o Plano de Respeito à Diversidade e o Plano de Responsabilidade Ética. O primeiro deverá instituir ações de educação, culturais, de conscientização e valorização à diversidade de etnia, religião, gênero e orientação sexual. O segundo vai definir responsabilidades e penalidades para infrações cometidas em desrespeito às diretrizes. Segundo o relatório de David Renault, os planos serão definidos em até 180 após a aprovação da resolução.
O debate no Consuni deve ser concluído na própria sexta-feira. “A proposta é o primeiro item da pauta do Consuni e deve ir à votação”, acredita Davi Diniz, chefe de gabinete da Reitoria.





UMA REFLEXÃO SOBRE O CURRÍCULO ESCOLAR BRASILEIRO

Quando se fala em currículo escolar, lembro-me sempre de um brilhante artigo do economista Cláudio de Moura Castro (http://www.espacoacademico.com.br/014/14ccast.htm), em que ele menciona a ineficiência que o extenso currículo da escola brasileira carrega consigo. Decora-se muito e sabe-se pouco. Como o tempo que se passa na escola é um só, a ampliação do currículo cobra o preço de se aprofundar menos em cada tema. Assim não o fosse, o brasileiro hoje falaria Inglês, disciplina que está no currículo já faz muito tempo, fora  a fortíssima influência que recebemos dessa língua. Está em todos os cantos. Na música, nos produtos que consumimos, nos eletrônicos e por aí vai. Mas o filho do rico não fala Inglês porque aprendeu na escola regular e sim porque freqüenta aulas em escolas (particulares) de idiomas. O pobre que se dane, não pode pagar. E essa a realidade do país. Sempre foi.

Agora vamos para o Mandarim. Que idioma fantástico. Você já ouviu alguém falando Chinês? A língua tem uma sonoridade magnífica, é muito bonita, mas daí a achar que se pode ensiná-la na escola, há um grande abismo. E se não conseguimos aprender até hoje o Inglês, que tem uma estrutura bastante mais próxima da nossa língua-mãe, por que aprenderíamos o Chinês? Vamos passar a ouvir música em Chinês? Filmes chineses? Até os produtos que são manufaturados na China recebem rótulos em Inglês, embora todos saibamos, é claro, que essa realidade pode mudar e isso é, de fato, preocupante. Mas não se ensina Chinês em massa... a não ser na China. Quem precisar aprender Chinês, aprenderá no tempo certo.

Se estiverem tirando tempo da Matemática e do Português, por favor não me conte, não quero saber. Essa seria a maior estupidez que se poderia fazer numa escola. Alguém já percebeu que os nossos estudantes não sabem mais se comunicar em Língua Portuguesa? Conhecem melhor que ninguém os tablets, os notebooks, o Facebook, o Twitter, mas não sabem Língua Portuguesa. A menos que se diga que ela não é importante, então não há com o que se preocupar. Afinal, por que investir no ensino da Língua Portuguesa? Por que é um idioma atraente? Complexo? É só uma questão cultural, de manter a tradição para preservar a história? O assunto merece maiores reflexões ou vamos continuar simplesmente estudando e esquecer que pode haver algo mais interessante a se aprender, já que o que queremos é nos comunicar numa economia global? E por falar em economia global, quem ainda não percebeu que ela está se apoiando demais na economia chinesa, acorde! A solução é simples: pare de comprar itens chineses! Em especial, pare de consumir aquilo de que não precisa!

Estamos vivendo uma realidade bastante complexa. Temos problemas potencialmente iminentes de falta de alimentos, de falta d’água, problemas de geração de energia, catástrofes naturais. Não sabemos o que acontecerá com o clima nos próximos 20 ou 30 anos. Tudo o que sabemos é que se o mundo continuar crescendo, vivendo da forma como está, possivelmente não chegaremos muito mais longe. E aí não adianta estudar Mandarim, Inglês, Português... Mas, enquanto ainda estamos vivos, temos que estudar Matemática. Temos que estudar Matemática. A Matemática é a base de toda a ciência. ...Acho que vou repetir essas duas frases umas 20 vezes.

A exemplo da Música, a Matemática é uma linguagem que une os povos. Embora, claro, poucos conheçamos essa língua maldita. A começar pelos professores do Ensino Fundamental... Como ensinar aquilo que não se conhece? A exploração e a difusão do conhecimento estão cada dia mais fundamentados em pesquisa. Ninguém diz mais quase nada se não tiver consigo resultados de pesquisas. Quer aprender a fazer pesquisa? Aprenda Matemática! Quer ensinar Educação Financeira às crianças? Ensine Matemática. Mas por favor não as ensine apenas a economizar. Ensine-as a gastar com inteligência. Ensine-as a manter um bom fluxo de caixa. Não deixe que elas cheguem ao fim de suas vidas e tenham que escrever essas mensagens que temos visto circulando por aí, em que velhos ficam se lamentando porque passaram a vida economizando e não viveram de verdade.

Afora isso tudo, no futuro vamos precisar de lingüistas, matemáticos, físicos, químicos, biólogos, cientistas políticos, médicos,... Estude o que quiser, mas faça-o com maestria.

Por Marcus Riether, Estatístico e Diretor Conselheiro da ASPA_DF



27/02/2012 -
EducaçãoNovidades na sala de aula



Manoela Alcântara
Gustavo Moreno 

Júlia (E) e Igor (D) estão empolgados com as lições de língua chinesa. A escola em que estudam realizou uma pesquisa para projetar as tendências de negócios do Brasil em 2021

Mandarim, circo, ética, ciência política, gastronomia: essas são algumas das disciplinas oferecidas por escolas do DF a alunos do ensino fundamental com o objetivo de atender demandas futuras do mercado de trabalho e formar cidadãos críticos

Desde o ano passado, quem manda nas contas da família Bem querer não é o pai nem a mãe. A saúde orçamentária da casa fica por conta de Fernanda Luísa, 13 anos, aluna do 8º ano do Galois. Na escola, durante as aulas de educação financeira, a menina aprendeu a fazer planilhas de gastos e investimentos e a economizar. No colégio Seriös, ainda no 5º ano, Julia Nespoli Dalry, 9, aprende a falar o nome em mandarim e explica que a cultura da China é diferente da realidade brasileira. As duas fazem parte de uma nova geração de estudantes das redes pública e particular que têm aulas de conteúdos cada vez mais diversificados. Com matérias como gastronomia, circo, teatro, ética, política e outras, os educadores pretendem formar adultos mais preparados.

Ampliar o currículo convencional de português, matemática, história e ciências naturais no ensino fundamental é uma nova prática para a formação de crianças críticas com idades entre 6 a 14 anos. A ideia agora é pesquisar as demandas da sociedade atual e investir em uma formação que prepare os pequenos para enfrentar as demandas do mercado de trabalho, que os capacite a votar, a tomar conta das finanças ou a ter uma alimentação saudável. Além de inglês e espanhol, o Seriös é a primeira escola no DF a oferecer o mandarim, língua chinesa que, segundo a instituição de ensino, será essencial para o mercado de trabalho em 2021.

Em séries diferentes, Fernanda Luísa Bem querer, 13 anos, a irmã Julia Beatriz, 10, e Maria Luíza Marinho de Sá, 11, contam empolgadas as experiências que têm em sala de aula para aprender a lidar com as finanças. “Já tenho conta no banco e acho importante saber manipular o dinheiro. No ano passado, vendi cookies e consegui arrecadar R$ 200. Guardei a maior e parte na poupança e usei um pouco para ir ao cinema”, conta Maria Luíza. Já Fernanda e a irmã entendem de cobrança de impostos, ajudam os pais a gastar menos e conseguem economizar até nas viagens. “Fiz um controle lá em casa.Mostrei para
os meus pais a planilha de gastos para aumentar o controle das contas. Eles gostaram muito”, explica amais velha.

A matéria passou a integrar a grade curricular do Galois há dois anos e já faz sucesso entre os alunos. O professor de matemática Fausto Fernando da Silva explica que a ideia surgiu a partir de uma observação do cotidiano brasileiro. “O poder aquisitivo das pessoas aumentou. Formamos médicos e advogados que ganham muito bem, mas não sabem controlar os gastos. Se mostrarmos desde cedo como controlar as dívidas com consciência, formaremos adultos preparados. Afinal, qual escolha importante da vida não passa por decisão financeira?”, disse o professor.

As aulas mostram ainda como empreender, como funciona o sistema de cobrança de impostos no país e o que fazer para sobrar dinheiro no fim de mês. “Cortei tudo que não era necessário. Agora, não vou ficar pedindo coisas supérfluas para os meus pais”, diz Fernanda. Julia gostou da aula que mostra toda a tecnologia das cédulas brasileiras. Aprendeu ainda que não deve comprar produtos piratas. “Tem os direitos autorais. Precisamos respeitar, porque, do contrário, os impostos não voltam para os artistas”, observa a estudante do 6º ano.

sonobrrasil
Júlia, Fernanda e Maria Luiza adoramas aulas de educação financeira do professor Fausto: economia em casa

Nova proposta

A futura médica Julia Nespoli, 9 anos, sabe que, para exercer a profissão dos sonhos, deve conhecer diversos idiomas. Na primeira semana de aula na escola Seriös, ela já havia pesquisado como será a nova rotina com o aprendizado do mandarim. “Já brinquei com as minhas amigas de descobrir como são os ideogramas. Entrei no Google tradutor e tentei falar o meu nome”, conta. Ela será uma das pioneiras do aprendizado da língua chinesa em Brasília. Igor Serpa Passagli, da mesma série, quer ser geneticista e acha que idiomas como o mandarim o ajudarão na carreira de pesquisador. “Tem que ter inglês e espanhol, mas também estou empolgado om o mandarim”, afirma o menino de 9 anos.

Com uma proposta pedagógica diferenciada, a nova escola fez uma pesquisa de mercado para identificar diferenciais do futuro. “Analisamos diversos fatores do relacionamento comercial da China com o Brasil e percebemos que, em 2021, o mandarim seráumdos idiomas-chave para o ingresso em grandes empresas. Como é uma língua complexa, com mais de 28 mil ideogramas, começaremos a ensiná- la no ensino fundamental”, justifica a diretora pedagógica do Seriös, Andreia Bichara.

Ainda com o ensino oferecido apenas em meio período, a escola também oferece inglês, aulas circenses, teatro, gastronomia e empreendedorismo. No Galois, outra inovação ajuda as crianças a desenvolverem o raciocínio lógico. São as aulas de Mind Lab, onde elas aprendem a traçar estratégias por meio de jogos técnicos. Emuma fazenda, os alunos se familiarizam com a plantação e com o consumo de alimentos orgânicos e aprendem a cozinhar.

Inovação
Pesquisador que se dedica ao campo da genética. É uma disciplina do campo da biologia que busca o entendimento dos genes. O leque de possibilidades dessa profissão é grande. O profissional pode escolher o ramo das plantas, animais, vírus e bactérias. Os interessados nessa área devem ser graduados em biologia, bioquímica, medicina, veterinária, engenharia florestal, química ou agronomia.

» Ciências políticas: criado em 2003, o Política da Escola é um projeto do Instituto de Ciência Política da UnB. Os convênios podem ser feitos de acordo com o interesse de cada instituição.

» Educação financeira: ensina as crianças a lidar com a mesada, a poupar e a investir, além de conscientizar sobre tributos e formar a consciência empreendedora.

» Gastronomia: aprendizado acerca do preparo de alimentos saudáveis. » Meio ambiente: estimula a reciclagem e a consciência ambiental.

» Comunicação e oratória: desenvolve uma das qualidades que mais assustam profissionais já formados, o medo de falar em público.

» Mandarim: ensina a cultura chinesa para as crianças e a língua que pode, segundo a escola Seriös, ser um dos diferenciais no mercado de trabalho em 2021.

» Mind Lab: especialidade desenvolvida no Galois, que estimula, por meio de jogos, o raciocínio lógico e capacidade de agir das crianças.

» Música: estimula a memória e eleva a capacidade verbal e as habilidades auditivas.

» Sarau: contato direto com a poesia.

» Filosofia: projeto-piloto foi iniciado em três escolas da rede pública do DF e deve se expandir para outras instituições.

» Sala de Circo: disciplina oferecida pelo Seriös, estimula o equilíbrio, a força, a flexibilidade e a agilidade.

Prós e contas

Na iniciativa pública, não é diferente. Por meio de parcerias com a Universidade de Brasília (UnB), estudantes do ensino fundamental têm palestras de ciências políticas,uma maneira de desenvolver opinião crítica na hora de escolher os futuros governantes. O processo vem acompanhado da filosofia, hoje, disciplina obrigatória somente para o ensino médio.“ Em Sobradinho,na Escola Classe da 304 Norte e no Centro de Ensino Fundamental do Paranoá já começamos o projeto-piloto. A filosofia estimula os alunos a pensar, a questionar”, explica a coordenadora de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação doDF, Kátia Franca.

Ela espera que a educação financeira chegue ao ensino fundamental em março. A modalidade já existe no ensino médio e o material didático para o fundamental está pronto. A secretaria aguarda uma resposta do Ministério da Educação para iniciar o projeto

Fora da grade curricular, há ainda instituições como a FasTracKids, que abrem um leque de oportunidades de preparo para o futuro como ensino complementar, em turno contrário ao das aulas convencionais. “Aplicamos uma metodologia para estimular o cérebro.Crianças de 2 a 8 anos trabalham habilidades como a concentração, a comunicação, a criatividade, o pensamento crítico e outros”, enumera a proprietária e diretora da FasTracKids, Vanessa Lacombe

Diversificar o currículo é bom, segundo o diretor do programa de mestradoe doutorado em educação da Universidade Católica de Brasília (UCB) e doutor em psicologia educacional, Afonso Galvão. “Acho, por exemplo, educação financeira muito mais importante do que física e química para quem não vai utilizar isso na vida profissional”, ressalta.

Porém, ele faz um alerta: é importante verificar como as escolas abordam esses novos conteúdos. A ressalva é para a seletividade necessária no ensino. “Estudos comprovam que conteúdos assimilados até os 8 anos começam a fazer parte de um raciocínio comum do indivíduo. Crianças que aprendem um segundo idioma ainda no ensino fundamental, por exemplo, têm muito mais chances de serem bilíngues no futuro”, detalha. Embora não reprove completamente, o especialista tem restrições ao ensino do mandarim. “Se a pessoa se dedica a aprenderumidioma, deixa de aprender outro. Reconheço as relações econômicas com a China, mas acredito que o inglês ou o espanhol são mais importantes.”

O presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF) e coordenador da ConfederaçãoNacional das Associações de Pais e Alunos (Confenapa), Luis Claudio Megiorin, é mais radical. Ele acredita que o excesso de conteúdo pode dificultar o aprendizado de matérias básicas. “Sou a favor do ensino em tempo integral. Acho complicado ter tantas matérias para uma criança aprender em um espaço de tempo tão curto”, analisa.

Reconheço as relações econômicas com a China, mas acredito que o inglês ou o espanhol são mais importantes”

Afonso Galvão, diretor do programa de mestrado e doutorado em educação da Universidade Católica de Brasília 


ACESSE:




USO DOS TABLETS EM SALA DE AULA.
  
Conforme ampla reportagem do Correio Braziliense, publicada nesta segunda-feira, dia 06/02/2011, a tecnologia tão temida por boa parte dos pais já chegou às salas de aulas e, pelo visto, veio para ficar.

A preocupação e a insegurança dos pais não é pra menos. Criar filhos na era digital é um desafio jamais sonhado pelos nossos pais. O que diriam nossos avós? Certamente iriam exorcizar esse troço! Coisa do demo! É o fim do mundo!

Temores à parte, entendemos que devemos ter cautela ao criticar o uso da tecnologia. Lembro-me bem quando surgiu o telefone celular. Achei interessante, mas disse: “Jamais usarei esse treco enorme. Já chegam os telefones de casa e do trabalho que não param”. Hoje ando com dois aparelhos, somos inseparáveis, parecem fazer parte do meu corpo. Se me afasto deles um minuto, perco ligações importantes.

Agora, nós da ASPA temos um desafio: acompanhar de perto a introdução dessa tecnologia. Pelo menos duas das escolas citadas na reportagem são as que têm respaldo e crédito com os pais e alunos, pois têm apresentado excelentes resultados auferidos por anos de experiência bem sucedidas, levando nossos alunos para os melhores cursos nas melhores universidades públicas do Brasil.

Sendo assim, por que não dar um crédito de confiança, primeiro aos nossos filhos e depois para essas escolas? Ambos têm muito a perder se a tecnologia não for bem utilizada. Diante disso, vale mais uma vez o acompanhamento de perto. Avaliações serão feitas pelas escolas e nós da ASPA já temos as portas abertas para acompanharmos isso, pois é do interesse da escola tranquilizar os pais.

Por outro lado, nos preocupa o modismo, pois muitas escolas que ainda não alcançaram o sucesso em sua pedagogia certamente tentarão implantar a tecnologia. Aí é que mora o perigo. A tecnologia não é tão simples assim. Usar uma plataforma como essa por usar não vale. O conteúdo tem que ser interativo, dinâmico e rico e eficaz.

Já soubemos de escolas que estão “dando” tablets chineses para os alunos e o conteúdo é feito em arquivo pdf. Assim não vale. Os tablets substituirão livros que pesam cerca de 1 Kg cada. Tem ainda a vantagem de poder ser atualizado em tempo real com os avanços das pesquisas das academias.

Para citar um exemplo de como essa tecnologia esta sendo aplicada por uma das escolas, observei um conteúdo da matéria Música. O texto faz alusão a diversos tipos de instrumentos e como o conteúdo é interativo, o aluno clica num ícone do instrumento e observa a reprodução do som e timbre dele. Isso é impressionante! Um livro não faria melhor.

Outro exemplo é de um texto narrativo: a história se passa num cenário árido do deserto. Com um clique abre-se um pequeno filme mostrando uma pessoa vagando pelo deserto, naquele cenário desolador e causticante. Isso é interatividade, diferentemente de um arquivo estático ou um simples escaneamento do conteúdo de um livro. A tecnologia tem que ser utilizada em toda a sua plenitude.
A ASPA organizará um grupo de expert para acompanhar essa nova tecnologia e o desempenho dos alunos para o qual pedimos a ajuda dos pais, enviando-nos informações e sugestões.

Certamente temos que dar um crédito às escolas idôneas que têm comprovadamente um ensino forte e eficaz. Temos que dar um crédito ainda maior aos nossos filhos, pois eles são mais maduros que pensamos, se ainda não são essa é uma ótima oportunidade para começar a ter responsabilidade, pois estão num momento crucial de suas vidas, o ensino médio.
Luis Claudio Megiorin – Presidente da ASPA.
Leia na íntegra a reportagem do CB que tivemos a participação.
http://www.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=26648